Quero, entretanto, salientar um trecho desta última obra, que foi destacada por Aristóteles em "Ética a Nicômaco", de cujo livro extraí e aqui reproduzo:
Ótimo é aquele que de si mesmo conhece todas as coisas. Bom, o que escuta os conselhos dos homens judiciosos. Mas o que por si não pensa, nem acolhe a sabedoria alheia, esse é , em verdade, um homem inteiramente inútil.
Uma organização excelente é aquela, então, que prioriza o desenvolvimento de suas competências e a inovação.
Sobre o desenvolvimento das competências muito já foi estudado, especialmente a partir dos trabalhos de Schumpeter, Penrose, entre outros, passando pela elaboração da teoria baseada em recursos nos anos 80, desembocando, mais aos olhos do mundo corporativo, na obra de Hamel e Prahalad, "Competindo para o Futuro", em que as competências são definidas no capítulo 9 como um conjunto de habilidades e tecnologias que permite à empresa oferecer um beneficio, um valor, fundamental e único ao cliente, relativamente aos seus concorrentes, gerando a partir delas novos produtos ou serviços.
Alois Schumpeter
O conceito de competências como um conjunto, ou uma combinação, ecoa Schumpeter na sua definição de inovação, em seu livro "A Teoria do Desenvolvimento Econômico", reforçando-se o caráter descontínuo e de ruptura, e não ajuste, desta combinação. As inovações, segundo Schumpeter, podem se dar no produto, no processo, no mercado, nos insumos ou pela criação ou ruptura de uma posição de monopólio.
Já a boa organização é aquela que concentra seus esforços na busca das melhores práticas e na informação sobre o mercado, utilizando tecnologias como o benchmarking e a inteligência competitiva.
O benchmarking consiste basicamente em aprender com as melhores práticas no sentido de melhorar seu desempenho e torná-lo, ele próprio, proficiente. Tal processo de comparação pode ser feito com o concorrente, mas também dentro da própria empresa, com empresas de outros setores ou dentro de uma função específica, como por exemplo, RH. Atribui-se à Xerox o pioneirismo na aplicação desta tecnologia organizacional.
O conceito de inteligência competitiva pode ser estendido a todos os públicos de interesse, inclusive sociedade, sendo importante que a organização, com fins lucrativos ou não, conheça todas as implicações de suas ações e as receptividades à sua missão e seus objetivos.
Bom, se uma organização não desenvolve competências, não inova por si própria, não faz benchmarking e nem conhece os públicos a quem deve servir, a organização provavelmente perderá sua utilidade individual, extinguindo-se ou, ainda, sendo adquirida por outras empresas ou outras formas de participação.
A condição de singularização de uma organização, assim, pode, baseando-se em Hesíodo, ser conhecida, ou buscando o desenvolvimento de seus processos produtivos e decisórios por seus próprios recursos, ou apreendendo-os do ambiente que a cerca. Isto dará a sua razão de ser, a sua utilidade.
Américo Ramos , DSc em Administração,vinte anos de experiência profissional e acadêmica. E-mail: americodacostaramos@gmail.com. Visite o blog Aprendizagem e Organização” (http:www.aprendizagemeorganizacao.com).
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