Versão anterior escrita em 2000.
É bastante comum, até um modismo, enfatizar nas empresas a questão da mudança, ou da transformação. Fala-se que gerenciar a mudança vem sendo uma preocupação desde a antigüidade; que a mudança é indispensável às empresas nestes tempos de hipercompetitividade; que a única coisa permanente é a mudança, é "ou mudança ou morte" etc. Por outro lado, também não é incomum ressaltar-se que as boas empresas são aquelas que se mantém íntegras ao longo do tempo, não são "maria-vai-com-as-outras" dos modismos gerenciais, são "feitas para durar" e assim por diante. No meio deste tiroteio, quem tem razão?
Não há dúvidas de que a Mudança é uma dimensão importante para as organizações, sem torná-la, porém, uma panacéia. A administração deixou há muito tempo de ser imune ao que acontece "lá fora". A mudança é parte integrante do movimento organizacional, de sua sobrevivência e crescimento. Por outro lado, as empresas, ao mesmo tempo que mudam, buscam também manter sua identidade. Vê-se, nestas organizações, uma sustentabilidade organizacional dinâmica, ou seja, desenvolvem-se sem perder sua unidade essencial face às mudanças do ambiente. A sustentabilidade organizacional é tratada aqui sob três dimensões básicas, com sólida inter-relação: o da performance, o do conhecimento e o da sinergia:
– a performance diz respeito aos fatores que contribuem para o melhor desempenho da empresa, no exercício de suas atividades, em termos de mercado, capital, produtividade, satisfação de clientes e empregados etc.;
– a sinergia compreende os fatores que possibilitam que as ações da empresa sejam fruto de uma interação coordenada entre potenciais e desempenhos das equipes de trabalho, motivadas e comprometidas não só para resultados formais negociados, mas para objetivos mais amplos, derivados do que foi compreendido e pactuado.
– o valor diz respeito aos fatores que possibilitam a empresa ampliar expertise nos seus processos, desenvolver ativos tangíveis e intangíveis e ampliar seu espaço junto aos seus públicos de interesse, inclusive a sociedade e os mercados onde atua;
Nessa busca da transformação sustentada, torna-se importante a configuração de um sistema de inteligência organizacional voltada à ação humana, com modalidades dispostas em função dos agentes sociais envolvidos nos níveis gerencial, técnico e operativo, bem como interesses encontrados respectivamente nas vertentes da sustentabilidade. Pode ser modelada a partir de variáveis reunidas em três categorias: de contexto, relativas ao ambiente externo e interno à organização; de estado, ligadas aos resultados e desempenho obtido pelas pessoas, à sinergia e qualidade de vida no trabalho e ao conhecimento e geração de competências organizacionais; e de sistema, compondo políticas e sistemas de trabalho para suporte à gestão da organização, buscando a melhoria de sua performance, sinergia e competências, envolvendo o dimensionamento, desenvolvimento, gerenciamento, organização e integração das equipes de trabalho. Todos os componentes são suportados por processos de gestão, compreendendo a prospecção de tendências, a avaliação do desempenho, a análise das informações coletadas e a formulação de estratégias.
Não se muda sem se sustentar, não se sustenta sem a mudança. Enfim, a gestão organizacional é como uma moeda, e como todas as moedas, apresenta duas faces: uma face leva a se propulsionar para a transformação; outra leva a sustentação de sua identidade. Assim como a moeda é um meio interativo para a satisfação de necessidades, a gestão também é um meio para a satisfação de necessidades de clientes, fornecedores, empregados, instituições públicas etc.. A compreensão disto por parte dos membros da organização, em especial os seus gestores, leva a aumentar seu poder de satisfação das partes interessadas, os "stakeholders". Assim, há um movimento contínuo entre as duas faces, como o yin e o yang dos orientais: a que sustenta e a que transforma, para então ser empreendida uma gestão mais integradora e que leve a uma inserção significativa e contributiva junto à sociedade. Enfim, buscar o equilíbrio em pleno movimento.
– a sinergia compreende os fatores que possibilitam que as ações da empresa sejam fruto de uma interação coordenada entre potenciais e desempenhos das equipes de trabalho, motivadas e comprometidas não só para resultados formais negociados, mas para objetivos mais amplos, derivados do que foi compreendido e pactuado.
– o valor diz respeito aos fatores que possibilitam a empresa ampliar expertise nos seus processos, desenvolver ativos tangíveis e intangíveis e ampliar seu espaço junto aos seus públicos de interesse, inclusive a sociedade e os mercados onde atua;
Nessa busca da transformação sustentada, torna-se importante a configuração de um sistema de inteligência organizacional voltada à ação humana, com modalidades dispostas em função dos agentes sociais envolvidos nos níveis gerencial, técnico e operativo, bem como interesses encontrados respectivamente nas vertentes da sustentabilidade. Pode ser modelada a partir de variáveis reunidas em três categorias: de contexto, relativas ao ambiente externo e interno à organização; de estado, ligadas aos resultados e desempenho obtido pelas pessoas, à sinergia e qualidade de vida no trabalho e ao conhecimento e geração de competências organizacionais; e de sistema, compondo políticas e sistemas de trabalho para suporte à gestão da organização, buscando a melhoria de sua performance, sinergia e competências, envolvendo o dimensionamento, desenvolvimento, gerenciamento, organização e integração das equipes de trabalho. Todos os componentes são suportados por processos de gestão, compreendendo a prospecção de tendências, a avaliação do desempenho, a análise das informações coletadas e a formulação de estratégias.
Não se muda sem se sustentar, não se sustenta sem a mudança. Enfim, a gestão organizacional é como uma moeda, e como todas as moedas, apresenta duas faces: uma face leva a se propulsionar para a transformação; outra leva a sustentação de sua identidade. Assim como a moeda é um meio interativo para a satisfação de necessidades, a gestão também é um meio para a satisfação de necessidades de clientes, fornecedores, empregados, instituições públicas etc.. A compreensão disto por parte dos membros da organização, em especial os seus gestores, leva a aumentar seu poder de satisfação das partes interessadas, os "stakeholders". Assim, há um movimento contínuo entre as duas faces, como o yin e o yang dos orientais: a que sustenta e a que transforma, para então ser empreendida uma gestão mais integradora e que leve a uma inserção significativa e contributiva junto à sociedade. Enfim, buscar o equilíbrio em pleno movimento.
Américo Ramos é Doutor em Administração, com vinte anos de experiência profissional e acadêmica. E-mail: americodacostaramos@gmail.com. Visite o blog “Aprendizagem e Organização” (http:www.aprendizagemeorganizacao.com).
Nenhum comentário:
Postar um comentário