Penso que os dementadores, guardas da prisão de Azkaban, estão entre as personagens mais sombrias da saga de Harry Potter. Eles sugam de suas vítimas toda sua alegria, fé, confiança e a vontade de viver. Guardam e punem, expressando a face castradora do controle.
No mundo corporativo, vive-se tradicionalmente a contradição entre a criatividade, a motivação, o desejo da descoberta e da aprendizagem contínua, por um lado, e a padronização, o controle, a rotina, de outro. Além disto, há também a disputa pelo poder, a inveja, os receios de toda ordem, especialmente daquele que pode ganhar terreno no labirinto ascensional da organização.
Neste contexto, surgem as perseguições, os ostracismos, a preservação cega da gestão da rotina sem admitir o repensar dos modelos mentais, o reforço dos mecanismos de controle no sentido “policialesco”, que evitam as pessoas fora da ordem organizacional venham a buscar alimento para seu desenvolvimento. Aí entram as “frases assassinas”, as metas desalinhadas, tudo que possa evitar uma motivação para o novo, puxando para a acomodação, a falta de energia, a mesmice, sugando a disposição de aprender. Eis os dementadores corporativos em ação, protegendo o status quo e consumindo o potencial de inovação, mas ao mesmo tempo de questionamento.
É claro que parte das pessoas atingidas sai desta ação e segue em frente. Claro também que há organizações em que tal maniqueísmo é mais vigiado e menos manifestado, ainda que não esteja completamente ausente. O que se quer chamar a atenção, todavia, é que uma organização que se disponha a fomentar um ambiente de aprendizagem coletiva e interativa deve estar atenta para que seus sistemas de gestão não emitam sinais opostos ao que o seu discurso, muitas vezes, apregoa.
Padronização, gerência da rotina, mecanismos de controle, são elementos indispensáveis a eficiência e eficácia de sistemas de gestão, porém, como já dizem os manuais administrativos de longa data, não devem se tornar fins em si mesmos e legitimar artificialmente uma estrutura de poder. Neste caso, estarão criando dementadores corporativos prontos para impedir a aprendizagem que os seus criadores, em tese, desejavam. Dão, assim, um tiro no pé, além do que os dementadores podem se rebelar, como na história de Potter.
Assim, fica a moral da história: “não faça de seu sistema de gestão um viveiro de dementadores corporativos: a vítima pode ser você”.
No mundo corporativo, vive-se tradicionalmente a contradição entre a criatividade, a motivação, o desejo da descoberta e da aprendizagem contínua, por um lado, e a padronização, o controle, a rotina, de outro. Além disto, há também a disputa pelo poder, a inveja, os receios de toda ordem, especialmente daquele que pode ganhar terreno no labirinto ascensional da organização.
Neste contexto, surgem as perseguições, os ostracismos, a preservação cega da gestão da rotina sem admitir o repensar dos modelos mentais, o reforço dos mecanismos de controle no sentido “policialesco”, que evitam as pessoas fora da ordem organizacional venham a buscar alimento para seu desenvolvimento. Aí entram as “frases assassinas”, as metas desalinhadas, tudo que possa evitar uma motivação para o novo, puxando para a acomodação, a falta de energia, a mesmice, sugando a disposição de aprender. Eis os dementadores corporativos em ação, protegendo o status quo e consumindo o potencial de inovação, mas ao mesmo tempo de questionamento.
É claro que parte das pessoas atingidas sai desta ação e segue em frente. Claro também que há organizações em que tal maniqueísmo é mais vigiado e menos manifestado, ainda que não esteja completamente ausente. O que se quer chamar a atenção, todavia, é que uma organização que se disponha a fomentar um ambiente de aprendizagem coletiva e interativa deve estar atenta para que seus sistemas de gestão não emitam sinais opostos ao que o seu discurso, muitas vezes, apregoa.
Padronização, gerência da rotina, mecanismos de controle, são elementos indispensáveis a eficiência e eficácia de sistemas de gestão, porém, como já dizem os manuais administrativos de longa data, não devem se tornar fins em si mesmos e legitimar artificialmente uma estrutura de poder. Neste caso, estarão criando dementadores corporativos prontos para impedir a aprendizagem que os seus criadores, em tese, desejavam. Dão, assim, um tiro no pé, além do que os dementadores podem se rebelar, como na história de Potter.
Assim, fica a moral da história: “não faça de seu sistema de gestão um viveiro de dementadores corporativos: a vítima pode ser você”.
Américo Ramos é Doutor em Administração, professor universitário, conferencista e consultor.
E-mail: americodacostaramos@gmail.com
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Visite o blog “Aprendizagem e Organização” (http:www.aprendizagemeorganizacao.com).
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