Nas minhas aulas de gestão sempre que comentava sobre algum dos conceitos de um dos grandes nomes dos Estudos em Estratégia, mais especificamente da Escola do Posicionamento, segundo outro grande “figurão”, Mintzberg, e seus colaboradores, tinha que parar para refletir e evitar confundir com o nome do bruxo das histórias de Joanne Rowling. Até por isso mesmo, sempre brinquei com os nomes nas aulas. Acho, inclusive, que até se parecem fisicamente. Mas, se faço o trocadilho, não daria para fazer uma reflexão acerca disto?
No mundo corporativo, apesar das polêmicas e críticas (justas ou invejosas, não vem ao caso aqui), não tenho dúvidas de que Michael Porter é um dos bastiões do pensamento racional em estratégia, haja vista seus modelos lógicos, sua própria formação de forte cunho matemático, entre tantos outros argumentos que poderiam ser levantados. Ele disse, inclusive, que é contra o experimentalismo estratégico, “não funciona”, disse.
Por outro lado, Harry Potter representa, por sua história e demais personagens, o lado “mágico”, mas também da “coragem”. A mágica transcende o cientificismo tradicional e seus modelos, representa o “sair do quadrado”, o “aprender com outro tipo de forças que não está no racionalismo”. E quanto à coragem, vale lembrar uma cena do primeiro filme da saga, o do “jogo de xadrez”, em que fica patente a necessidade de complementação da capacidade lógico-estratégica (Ron), o acúmulo de conhecimentos explícitos (Hermione) e a coragem, liderança e senso missionário, a aprendizagem com a experiência (Harry). Assim, a capacidade lógico-estratégica e o próprio conhecimento acumulado em modelos e procedimentos realiza-se de forma mais eficaz se a experiência for vivida, com determinação e confiança no propósito a alcançar. Não seria incomum que este terceiro fator possa ser o mais imprescindível, o que pode contrariar as convicções do “honorável guru da estratégia”.
A estratégia, então, envolve uma série de requisitos. A capacidade racional-analítica e a gestão das informações estratégicas geram o conhecimento necessário para uma melhor tomada de decisão e leitura do ambiente competitivo. Entretanto, há mais. Há de se ter a capacidade de “ajustar o avião no vôo”, de aprender com a experiência, a não se afastar dos propósitos e ter coragem de enfrentar, com determinação, as adversidades e desafios que vierem a se interpor, de usar o “poder pessoal”, mesmo a própria intuição. Aí, “a mágica aparece” e não está, de modo algum, incompatível com o racional.
Ensinar estratégia competitiva deste jeito ainda é vista como uma “enganação”, algo totalmente anti-científico. Eu mesmo ainda tenho meus cuidados nas aulas. Todavia, se forem vistos os grandes casos de sucesso de estratégia muito provavelmente os executivos e demais líderes da empresa em questão não chamaram apenas Porter para conversar, às vezes pagando milhares de dólares. Talvez tenham saído juntos com Potter, de vassoura e varinha, para enfrentar desafios com forças que estão além das mostradas e “imortalizadas” pelo famoso teórico em estratégia competitiva.
Então? Porter ou Potter? Ou seria Porter e Potter?
No mundo corporativo, apesar das polêmicas e críticas (justas ou invejosas, não vem ao caso aqui), não tenho dúvidas de que Michael Porter é um dos bastiões do pensamento racional em estratégia, haja vista seus modelos lógicos, sua própria formação de forte cunho matemático, entre tantos outros argumentos que poderiam ser levantados. Ele disse, inclusive, que é contra o experimentalismo estratégico, “não funciona”, disse.
Por outro lado, Harry Potter representa, por sua história e demais personagens, o lado “mágico”, mas também da “coragem”. A mágica transcende o cientificismo tradicional e seus modelos, representa o “sair do quadrado”, o “aprender com outro tipo de forças que não está no racionalismo”. E quanto à coragem, vale lembrar uma cena do primeiro filme da saga, o do “jogo de xadrez”, em que fica patente a necessidade de complementação da capacidade lógico-estratégica (Ron), o acúmulo de conhecimentos explícitos (Hermione) e a coragem, liderança e senso missionário, a aprendizagem com a experiência (Harry). Assim, a capacidade lógico-estratégica e o próprio conhecimento acumulado em modelos e procedimentos realiza-se de forma mais eficaz se a experiência for vivida, com determinação e confiança no propósito a alcançar. Não seria incomum que este terceiro fator possa ser o mais imprescindível, o que pode contrariar as convicções do “honorável guru da estratégia”.
A estratégia, então, envolve uma série de requisitos. A capacidade racional-analítica e a gestão das informações estratégicas geram o conhecimento necessário para uma melhor tomada de decisão e leitura do ambiente competitivo. Entretanto, há mais. Há de se ter a capacidade de “ajustar o avião no vôo”, de aprender com a experiência, a não se afastar dos propósitos e ter coragem de enfrentar, com determinação, as adversidades e desafios que vierem a se interpor, de usar o “poder pessoal”, mesmo a própria intuição. Aí, “a mágica aparece” e não está, de modo algum, incompatível com o racional.
Ensinar estratégia competitiva deste jeito ainda é vista como uma “enganação”, algo totalmente anti-científico. Eu mesmo ainda tenho meus cuidados nas aulas. Todavia, se forem vistos os grandes casos de sucesso de estratégia muito provavelmente os executivos e demais líderes da empresa em questão não chamaram apenas Porter para conversar, às vezes pagando milhares de dólares. Talvez tenham saído juntos com Potter, de vassoura e varinha, para enfrentar desafios com forças que estão além das mostradas e “imortalizadas” pelo famoso teórico em estratégia competitiva.
Então? Porter ou Potter? Ou seria Porter e Potter?
Américo Ramos é Doutor em Administração, com vinte anos de experiência profissional e acadêmica .E-mail: americodacostaramos@gmail.com. Visite o blog “Aprendizagem e Organização” (http:www.aprendizagemeorganizacao.com).
_
Nenhum comentário:
Postar um comentário